quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Amizade


Nunca fui privilegiada com isso na minha vida. Pra começar nasci num sítio sendo amiga dos animais e das plantas. Se eu tinha irmãos? Tive 5, aliás descobri faz menos de três dias que eu deveria ter mais dois irmãos. Amo muito eles, chega a ser até mesmo um amor meio natural pra mim, que vejo muitas coisas pelo lado biológico. Mas, de fato mesmo, eu nunca pude dizer que eram meus amigos. Irmãos mais velhos tem mania de maltratar os menores, assim como os caçulas adoram aprontar e serem protegidos após se fazerem de vítima. Mas na minha família onde a educação foi principalmente japonesa, apesar de minha mãe ser brasileira, nós sempre fomos meio frios. Só sei que existiram abraços entre irmãos por ver fotos, porque lembrar de um carinho fraternal, é algo que não existe em minha mente. Sempre bagunçamos entre irmãos, sorrisos, ajudas nas horas de aperto de brigas na escola e tudo mais, mas quando se tratava de segredos, amores, vida pessoal aprendemos a guardá-los somente conosco ou, com muito receio, compartilhá-los com amigos de escola. Tudo devido às brigas. Quando elas aconteciam sabíamos bem onde atacar, sem força mas com crueldade, gritávamos o segredo pra todos ouvirem, como crianças inconsequentes, e assim a vítima ficar em estado de choque, envergonhada, com raiva, desnorteada com a dor da traição do próprio irmão.
Assim foram alguns dos tristes dias da infância.
A terrível solidão de não poder chorar a perda de um amor com seu próprio irmão ou de outras dores.
Poder compartilhar algo é muito agradável, mas o medo da traição é algo assustador, ainda mais quando temos muitas dúvidas sobre o que sentimos.
O mundo é muito cruel e preconceituoso, principalmente na infância, nosso refúgio é nossa casa. Imagine ter que criar um mundo dentro de sua própria casa, nas paredes do seu quarto ou debaixo da sua coberta.
Às vezes penso se eles se afetaram como eu, apesar disso ser uma frustração que superei pelo menos com meus irmãos mais próximos, aliviando um peso enorme de nossas estranhas relações familiares.
Penso se a verdadeira amizade existe...
Às vezes eu penso que tudo faz parte apenas de uma utopia egoísta.
Penso que um amigo deve te conhecer, saber seus gostos suas manias e ações.
Deve te compreender e aceitar acima das diferenças, saber ouvir assim como saber falar e alertar, quando necessário, mesmo que o amigo não vá ouvir, mesmo que ele quebre a cara e venha chorar em seus braços.
Amigo é aquele que estará de braços abertos quando você nem tiver coragem de levantar o rosto e estiver se esvaindo em lágrimas de dor ou de raiva. Ele não dirá: " Eu te avisei." ou sinônimos. Ele simplesmente te ajudará a levantar a cabeça novamente e sorrir.
Utopia.

Somos seres humanos com maus dias.
Somos egoístas e cobramos muitas vezes o que não pudemos ou quisemos dar. Temos nossos defeitos, nos machucamos sem querer ou por querer. Esquecemos datas, sucos preferidos, manias e coisas que nem ao menos foram esquecidas, simplesmente mudaram sem nos comunicar.
Alguns levarão como erro de comunicação, os outros dirão que foi desatenção, ausência. Os princípios uma hora gritam. A falta de sinceridade envenena, e o excesso machuca, mas sara a ferida, é como a diferença entre um remédio e um veneno, apenas a quantidade. A lealdade questiona sua ausência e quebra a confiança.
Todo caminho possui seus divisores de água.
No primeiro, seu grande amor e compreensão por seu amigo passarão por estas pequenas coisas, a conversa virá, a lealdade surgirá, as feridas sararão e a confiança estará intacta.
Serão tempos de girassóis com mais conversas e menos cobranças, e você se sentirá bem para acompanhar e ser acompanhado pra sorrir ou pra chorar.

No segundo, as coisas virarão amizade por conveniência,
porque a confiança foi destruída já que lealdade não se cria ou se ensina, e tudo caminhará para simples situações estranhas, e no fim restarão apenas desconhecidos.
Tudo uma questão de época ou tempo.
Não é nada que seja triste, nada pelo que se lamentar, a maioria dos seus amigos realmente te deixarão, não porque eles não te amem mais ou não reconheçam o valor que você teve, simplesmente porque está na hora de ir, sem alarmes de despedidas, sem fingir que nada aconteceu, sem lágrimas ou lamentações.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Close my eyes

Nasci sozinha. Enfrentei barreiras sozinha..
O Ser humano nasce só na sua natureza fria e crua, nem sempre cheio do amor de sua família, mas fazendo amigos ao longo de sua vida. Não sei bem o que é ser amigo. A maior parte da minha vida tive uma visão egoísta de que eles deviam estar lá pra tudo. Hoje eu me contento em poder contar quase todo o meu dia pra alguns amigos de internet.

Hoje foi um dia muito frio. Gosto de dias frios. Adorei ver a água da chuva antes da minha apresentação. Pra mim a chuva sempre foi uma paisagem melancólica e hipnotizante. Gosto do frio pra relatar a solidão, é um sentimento entorpercedor.

Um lago, a solidão, as farpas entrando em suas entranhas, você afundando lentamente, sem lutar somente os olhos fechados e deixando que o inverno se aposse de você.

As músicas que estou ouvindo me lembram europeus bêbados na chuva, andando naquelas ruas de pedra, cantando canções velhas sobre amores perdidos. São gostosas de ouvir mas eu não tenho a animação pra cantar uma última canção aos falsos amigos e aos amigos ausentes.

Hoje eu só quero fechar os olhos e esperar o frio chegar. Não vou torcer pra sobreviver, pra passar logo ou pra ser intenso, quero apenar fechar meus olhos.

domingo, 6 de setembro de 2009

O Primeiro


Tudo tem um tempo na vida.
E hoje é o tempo de relatar meu primeiro torpor.

Aconteceu quando eu tinha 16 anos.
Numa noite 3 dias depois do meu aniversário pra ser mais exata.
Eu completava 1 ano e sete meses de namoro.
No começo eu não o amava, admito. Tinha um grande carinho por ele e achava que por já ter me apaixonado por ele, mais uma vez as coisas dariam certo.
Ele me conquistou. Morávamos muito longe um do outro, e como todo grande amor tivemos uma grande dificuldade, mas fazíamos juras de amor prometendo a eternidade. Sonhávamos com nosso futuro planejávamos os nomes de nossos filhos e como seria nossa rotina nossas férias.
Ele não pôde ir no meu aniversário de 15 anos, pois foi por um bom tempo um amor proibido, pelo qual lutaríamos dando nossa vida.
Em 2006 ele estava no terceiro ano. Correria de vestibular e tudo mais só piorou as coisas entre nós e a distância... apesar de todos já saberem que namorávamos. Ele se sentia culpado e eu sempre cogitava a possibilidade de terminarmos logo com o sofrimento um do outro, mas ele era forte...

Até vir a gota que faltava pra brasa apagar.

Ele não pôde vir no meu aniversário de 16 anos. Minha mãe o convidou e meu melhor amigo se voluntariou pra trazê-lo e levá-lo pra casa. Mas ele tinha prova no dia seguinte e não veio. Meu amigo ligou avisando que ele não ia. Meu ex ligou, disse o motivo pelo qual não viria e me deu parabéns sem dizer que me amava e sem desculpa. Fui fria e agradeci. Mas desabei em chorar depois de desligar. Eu ia apresentá-lo pra minha irmã que havia chegado do Japão aquilo era importante demais pra mim.
3 dias depois veio uma mensagem no celular dizendo que precisava conversar comigo. Dizendo que talvez não fosse mesmo pra dar certo. Ele me ligou em seguida, conversamos e nós terminamos porque ele não tinha tempo pra mim e não queria me fazer sofrer, foi o que ele disse depois. No meio da conversa eu chorei desesperadamente e implorei pra que ele não fizesse aquilo, sou capaz de ouvir minha voz se esvaindo dizendo:" Por favor... Por Favor não faz isso... volta pra mim..."

Minha mãe ficou desesperada, não sabia o que fazer, tentou falar com ele mas ele se recusou a responder o que ela perguntava.

Eu disse a ela que tudo havia acabado.

Entrei em meu quarto e cai no chão.
Minhas lágrimas escorriam lentamente e eu gemia baixo.

Foi com certeza como a morte.
Mas não a morte rápida de um tiro.

Foi a morte de um judeu.
Que entrou numa câmara de gás, iludido com a idéia do banho. Você deve saber, o gás começava por baixo de modo que os velhos e as crianças morriam mais depressa, e as outras pessoas subiam em seus corpos sem se dar conta de serem seus parentes.

No fim restava apenas corpos amontoados e arranhados devido a luta pela vida.

No fim era apenas um corpo em torpor no chão gelado de um quarto distante.

sábado, 5 de setembro de 2009

A curiosidade é a dúvida, e esta traz o medo

Margaridas me lembram aquela brincadeira do mal me quer e bem me quer.
E eu sempre quis muita coisa em relação aos homens.
Quis entender como a mente deles funcionava. Quis saber o que pensavam sobre mim, e porque tinham algumas atitudes.
Aprendi algumas coisas. Aprendi que choravam e tinham sentimentos, o que alguns são capazes de fazer por Amor.
Mas eu ainda não entendi o porque de pararem de falar comigo do nada. Se estão bravos ou se querem se sentir valorizados querendo que corra atrás. Fico muito confusa.
É como pedirem que eu ande sobre o gelo sem olhá-lo.
A maioria dos homens ao ler isso pensará que nós mulheres somos tão complicadas quanto vocês e já mentalizando todos os momentos em que se sentiram confusos.
Não estou questionando isso.
Sei bem que o ser humano é complexo por si só. Talvez o meu problema seja só o fato de ser sincera demais e ficar esperando que as pessoas também sejam.
Tenho muitos amigos homens e sei responder melhor suas dúvidas em relaçãos à como suas amigas e namoradas agem do que eles responderem às minhas. Na maioria das vezes só sabem dar os conselhos cansativos de sempre ou xingar a pessoa a qual me refiro. Sinceramente? Isso me cansa.
Mas a minha curiosidade é inevitável e o que eu não me compreendo tem efeito sobre mim. Sempre fui curiosa e estudiosa por querer saber como funcionavam as coisas e o mundo todo. E quando me deparo com um homem que não sei decifrar isso me encanta e me indigna.

Imagine que você está no meio de um lago congelado onde o gelo é mais fino. Há uma porção de peixinhos coloridos e você se deslumbra. Até te faz esquecer que o gelo pode estar rachando lentamente sob seus pés. E quando os peixinhos somem e você se dá conta de estar ali no meio sem ninguém, apesar de todos os bons conselhos que você logicamente não ouviu, você sente medo. Um medo paralisante que te faz pensar que até o pulsar forte de seu coração pode provocar algo no gelo. Mas a vontade de ver os peixes é incontrolável e você não sabe se foi certo ter estado ali e aproveitado aquilo, se ainda sobreviverá pra ver novamente os peixes, ou se aquele é o fim.

É o que sinto.

domingo, 26 de julho de 2009

O Problema e A Solução

Demorou um pouco mas então eu percebi, eu sempre soube de tudo.
O problema sempre esteve ali só que minha mente por proteção ou descuido não quis digerir. O meu problema que pra você é a solução. Sua felicidade com outra pessoa. Eu desejei isso não é mesmo? Mas sabe o ser humano é egoísta demais pra pensar no outro e talvez eu não tenha desejado tanto, o que sinto agora é totalmente diferente do meu altruísmo de alguns dias.
Mas o problema no fundo não é você, não são nossas conversas calorosas, nossos segredos compartilhados, nossos sonhos declarados, pensamentos nem sempre pronunciados.
O problema sou eu.
Não, não é uma tentativa de me vitimizar.
O problema é que eu sou uma eterna sonhadora. Não é a primeira vez que amores aparecem, eu poderia ter superado isso convenhamos. Mas eu estou aqui falando de mais um dia de frustração, com a mesma coisa. Eu sou como um Ícaro com suas asas de cera que pode cair muitas vezes mas vai querer voar sempre que ver o sol. E a cegueira demora tanto a vir.
Ou são os sonhos que demoram a mudar?
Mas sonhar em voar sobre montanhas é tão normal, tão sem graça. Eu quero a adrenalina de voar ao sol e cair até cegar, ou até que minhas forças se esvaziem meus sonhos morram, ou somente mudem ou até eu tocar o sol.

Afinal o mundo é daqueles que acreditam na beleza de seus sonhos.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Escrever


Tem horas que eu me pergunto porque eu escrevo.
Sempre lembro de um amigo meu que tinha um blog que ele não mostrava pra muitas pessoas, porque a gente escreve sobre nossos sentimentos, as coisas mais profundas de nosso coração e temos medo se as pessoas entenderão se saberão lidar com nossas fraquezas. Ele me disse uma vez que quando escrevia se achava pequeno demais em relação ao mundo e tudo que há, e eu respondi que escrever é como um dom nem todos conseguem se expressar e precisam de textos como estes pra se encontrar, sentir que não se é tão estranho, que há quem sinta o mesmo. Às vezes tudo que precisamo é ser um pouco entendidos, como compartilhar sentimentos pra não se sentir só.
Escrever alivia, esvazia o coração e dá esperança a quem se sentia só no mundo. Muitas vezes me isolei de amigos em troca da escrita. Por que? A repreensão é uma das coisas piores no mundo você aprende que nem todos te entendem, ou que talvez nem todos estão dispostos a ouvir e tentar entender, só a falar de seus própiros problemas, o jardim do vizinho é sempre mais bonito... eu não tenho tempo para lamúrias mas se você quiser me ouvir... As pessoas grandes são tão chatas... até os animais são mais capazes de lealdade que você reles ser humano egocêntrico. Não gosto da hipocrisia da frase "Sou seu amigo conte comigo pra tudo." porque as pessoas não estão lá. Não duvido que hajam amigos que na verdade seriam irmãos ou que são melhores que estes. Mas as pessoas não estão lá. Você acorda chorando na madrugada e mesmo que você ligue pra elas elas não entendem não querem te ouvir, elas tem trabalho amanhã elas precisam dormir... Tem gente que nem mesmo se entende e acaba tornando a amizade difícil apoiando sua vida no outro quando precisa aprender a andar sozinho. Pessoas e pessoas... escrever serve então pra manifestar esses singelos pensamentos que são capazes de sair, mas que estão dentro de muitos corações ou que entram para que sejam esquecidos em curto tempo. Escrever me tornou a melhor amiga que eu me poderia ser.É suprir uma companhia que eu sei que estará sempre láe que eu vou amar isso. Tornou melhores as amizades com as quais eu quis compartilhar, que souberam respeitar meu espaço, que quiseram me abraçar não por pena mas por carinho, que se sentiram bem representados por estes medíocres textos. Obrigado por existirem, mesmo que nem sempre estejam lá, ou mesmo que não sabem quando eu preciso que estejam lá. Eu realmente amo alguns de vocês.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

x

Estou hoje num dia de torpor quase absoluto. Acordei sem vontade de sequer levantar da cama, querendo me esconder do mundo, como naqueles dias que você precisa mais do que uma cadeia alimentar pra justificar sua existência.

Eu sinto muito sua falta.
Falta do seu antigo eu.
Falta do que éramos nós.

Mas você mudou. De primeiro surtou e me fez sentir importante e impotente. Importante ao desabafar comigo. Impotente ao ver que eu não consegui te confortar te tirar o cansaço de tantas frustrações, te mostrar a cor quando você só vê o cinza.

E tudo que me restou é confusão. Confusão de sentimentos que penso estar em quase todas as minhas férias. E eu simplesmente não sei o que faço. Não sei se espero que as coisas se ajeitem o que me mata de ansiedad
e nesse tempo que nunca passa sem você, mas que ganha asas em sua presença. Não sei se te pr
ocuro como uma Liesel Meminger na busca do resto de amor do cadáver que em vida lhe foi
tão fiel, seu melhor amigo e seu maior amor, Rudy Steiner. Devo me afastar e admirar as estrelas para lhe ver lá como o meu Pequeno Príncipe?

Busco o vestígio da dor como uma esperança de vida na guerra. Sentir que não sou só um torpor, que o meu coração ainda está aqui, acordado e vibrando com suas verdades brincadeiras.

Tudo se resume a umDesânimo da vida com crises de taquicardia desesperada.

Indecisão de sumir pra ver se você sente minha falta e medo de que você nem perceba minha ausência. Está tudo tão estranho depois do seu ato de cavalheirismo... talvez às vezes eu preferisse que você fosse um cafajeste... que ainda alimentasse meu amor sem pensar no meu sofrimento depois, faz tanto tempo que gosto de você e todas as meninas que você arrranjou.. penso que hoje já não faria mais diferença. Você está com a minha felicidade portanto às vezes é racional que esteja com minha tristeza também. Sei que sou completa e tudo de que eu preciso é que me acompanhem, mas é tão difícil arranjar uma compahia, que sua ausência é torturante.

Mas bem.. se for pras coisas tomarem este rumo, eu te agradeço por tudo. Pela ajuda e preocupação, pelos momentos felizes, compartilhamento de idéias, gostos, segredos muitas risadas, muitos pensamentos felizes, muito aprendizado.
Espero somente um dia poder te encontrar e rir disso, ou saber relamente me despedir quando você realmente for embora deixando suas marcas de saudade.

Tanto faz

Numa noite antes de ir dormir passei em frente à TV e passava um entrevista do Jô com o Dráuzio Varella e como fazia tempos que eu não parava em frente à ela, mesmo com muito sono, resolvi parar pra ver sobre o que ele dizia. Acostumada a ver reportagens dele somente sobre doenças, gravidez e saúde em geral me assustei quando ouvi o que ele disse, "Quando a gente realmente percebe o quanto a vida é única aprendemos a dar mais valor em nossas escolhas." Fiquei pensando, um homem com a saúde lida sempre com a morte ali do lado e deve observar o comportamento da pessoas que mudam ao tomar essa consciência. Não
vi mais o resto da reportagem e mergulhei mais uma vez nos meus turbilhões de devaneios.
Fiquei feliz por mim, por fazer tantas escolhas estranhas e arriscadas, que os outros rotulariam, como preferir ficar na int
ernet conversando com
amigos do que ir beber no aniversário do vizinho (até porque o álcool é uma diversão sem sentido pra mim).
Fiquei feliz por ter visto de apesar de eu responder muitos tantos faz não é que eu não quisesse escolher, era que as duas coisas me fariam bem. Me senti privilegiada de ter visto que minha mãe sempre nos deu total liberdade da escolha pra muitas coisas, que não há nada de errado em preferir desenhar e ler, não há nada de errado em ser feliz com coisas simples como o simples frescor do vento ao
colocar a cabeça perto da janela
do carro.
Se você pensar também não é que as coisas sejam tão simples assim. Certas coisas nos lembram um certo alguém tenha ele nos feito bem ou mal. Gostamos de lembrar coisas boas, ser saudosista com o passado, com a infância então... Gostamos da dor antiga, aquela que nos ensinou algo, é como uma cicatriz que você às vezes está cansado de contar a história, ou que você conta com o orgulho da superação editando as melhores partes.
Não digo também que meu devaneio foi todo de felicidades. Fiquei triste pelas pessoas que respondem tanto faz pelo fato
de não ver ânimo em nada. Imaginei o que as faria perder tanto tempo se lamentando do cansaço da vida, ao invés de simplesmente escolher o que lhe agrada. Medo de se sentir estranho? Perder amigos?
Mudar de amigos não é ruim quando você se sente mais à vontade pra ser você mesmo, as pessoas
são egoístas admita e amigos e namorados servem pra compartilhar e não impor gostos ou mudanças. Além do mais a maioria das pessoas que nos acompanham cansarão no caminho, irão à
outros rumos levando um pedacinho de nós e se deixarmos que o nós esteja todo nas pessoas que vão embora na busca de seus próprios interesses, só nos resta ser uma
alma vazia. Perde-se sua essência e suas lembranças, é como a morte deixasse só um pingo de alma no resto do corpo que paira sem rumo, sem anseios...

sábado, 4 de julho de 2009

Malas


"No caminho da vida encontramos várias malas, dos mais variados tamanhos formas e cores. ESbarramos em malas pretas, comuns, sem graça e vazias. Vemos algumas cinzas que nos apegamos momentaneamente por terem pouco conteúdo, ou por estragarem ao serem frágeis demais, para o que acreditamos ser uma longa jornada.
Porém a minha dedicatória vai para o mehor tipo de mala. Aquelas estilosas vermelhas com adesivo de Snoopy, as rosas choque... cada uma com sua marca ;D. Essas são aquelas pesadas mas que vale a pena carregar. As em que a gente apóia na dificuldade ou tenta proteger nos
dias ruins. Algumas que velhas nos ensinam o que realmente carregar e o que deixar para trás.
Enfim dedico o texto às malas que por todos os momentos nos fazem querer ter várias mãos para levá-las todas sempre comigo, que rasgam mas achamos que podemos costurar, emendar... dar um jeito para que estejam sempre perto."

quinta-feira, 28 de maio de 2009

What's the real life?


Esse foi o subnick do meu msn por alguns dias. Dias duros de torpor que me fizeram criar este blog. Afinal, What's the real life?

Nos pegamos muitas vezes pensando ou sentindo certos sentimentos por amigos ou parentes, que consideramos errado ou do qual duvidamos. Quando nos apaixonamos por um amigo, por exemplo, às vezes confundimos o sentimento de carinho e amizade com outro tipo de amor, e ficamos na dúvida se estamos realmente apaixonados, se aquela saudade que parece eterna ao fim do dia é normal, se faz parte do que se chama amizade ou se é algo novo a brotar. Algumas pessoas tem a sorte de se apaixonar por amigos e serem correspondidos num relacionamento belo e duradouro. Já diziam os mais velhos, case-se com um amigo ou alguém que você goste de conversar, porque quando o sexo e a paixão acabarem só restará o companheirismo e a conversa. Outros porém, não correspondidos, sofrem com o dilema do sofrer calado ou perder o amigo. É nessa tortura da vida onde nos deparamos muitas vezes com pessoas que só querem a nossa amizade, e fazem nos aprender a ser mais precavidos em relações ou diria medrosos e frios? Depois de tantos baldes de água fria que levamos da vida o que passa a ser a Vida Real? Um mundo frio onde as pessoas querem menos do calor que você está disposto a dar? Solidão? Deixar de sonhar com o "Que nem a morte os separe"?( se é que existe algo depois dela).

Eu poderia ter chorado por você, mas sempre achei que o ápice do Amor é quando gostamos a ponto de abrir mão do outro, para que este seja feliz independente de estar ao meu lado. Sou egoísta não nego, e nunca soube lidar muito com isso mas o mundo é feito de farsas mesmo, e eu aprendi a esconder os sentimentos desde cedo, além do que acho pena um sentimento desprezível então caso você tenha guarde ele com você.
Eu sonhei com você, foi a única coisa da qual não me privou e da qual nunca me livro, mesmo sendo realista imaginar a vida com alguém que eu adore é tão espontâneo quanto respirar. Sonhar sempre me fez muito bem e não abrirei mão disso, gosto dessa minha parte infantil e boba como muitos podem interpretar, mas é o que me faz feliz hoje e o que me faz seguir e acreditar que sonhos podem ser reais. Talvez não haja limite entre o sonho e o real, mas o que é real?

domingo, 24 de maio de 2009

Amor


Somos acostumados à essa palavra desde criança. Vemos o Amor que há entre nossos parentes, pais, avós... e aprendemos que essa é a base de toda família juntamente com o respeito. Não sei se os meninos da mesma forma, mas as meninas muito novas já aprendem a sonhar com seus príncipes encantados encontrados, em tantos contos de fada. Eu poderia dizer que crescemos crianças iludidas mas não, prefiro ser besta e romântica como muitos rotulariam. Não acreditando em um príncipe que subirá em meu castelo pelos meus cabelos ou que me acordará de um sono profundo com um beijo (ah não ser metaforicamente me acordando do torpor em que me encontro), mas acreditando que pode haver sim alguém bom o suficiente que possa compartilhar das minhas alegrias, tristezas, devaneios, e nerdices de modo louco e único, com respeito e confiança, assim ser o que considero como Amor.

Não acredito no felizes para sempre, mas me contentaria com alguém pro resto da vida. Por mais bobo que seja não consigo me imaginar sem isso, é como um sonho mas não é nada que eu não mereça. Pode demorar muito tempo, eu sei mas o tempo e o amor são companheiros mesmo. Os dois não pode ser vistos, mas podem se sentir suas mudanças, e o Amor verdadeiro é aquele que faz o tempo passar mais rápido quando se está junto e ser eterno quando se está longe, e que dura mesmo com as mudanças inevitáveis.

Alguns amores vêm e vão e deixam rastros de dor quase irrecuperáveis. Me deixaram fria? Talvez, mas me ensinaram a ter mais amor-próprio e a cuidar do meu coração. Passei a me encarar como um vinho raro, ou a famosa metáfora das pérolas aos porcos. Você pode oferecer um vinho raro e toda sua perfeita essência à várias pessoas na rua, quantas reconhecerão que é um vinho raro e o valorizarão assim? Isso não impede que o vinho encontre seu sommelier. Ah não ser que o vinho também não se reconheça e não se valorize ao ponto de se doar demais às pessoas comuns da rua e acabe vazio.
Enquanto o tempo passa o vinho tenta melhorar a sua essência na busca de seu sommelier.

sábado, 16 de maio de 2009

Saudade


Esse sentimento tem sido como um fantasma na minha vida desde muito cedo. A primeira coisa da qual eu senti saudade creio que foi do meu pai. Ele viajou quando eu era muito nova não lembro direito como foi, mas creio que senti sua falta como toda criança normal, apesar de que até hoje me dizem que sou muito diferente. Lembro de uma vez que ele foi embora, não sei se esta foi a primeira, eu chutei ele quando ele foi me abraçar... Minha mãe chorou a noite inteira e eu fui com ela no sofá, preocupada , queria até poder chorar pra ver se a consolava.É talvez eu realmente tenha sido uma criança estranha.
Depois disso acho que senti saudade dos meus namoricos, e das aulas quando entrava de férias e ficava um bom tempo sem ver meus amigos, as professoras, pra quem morava no sítio, a civilização diria eu. Hoje já não tenho tanta necessidade das pessoas assim, elas não são boas como eu imaginava. Sinto falta de um pouco disso. De ser inocente, de acreditar que as pessoas podem mudar, como eu ainda sou algumas vezes. De poder andar pelada, de poder demonstrar que não gostei de um presente, de inventar brincadeirs, de ser arteira e ter energia pra isso. Nesse sentido, ser criança pra mim foi realmente especial, eu aproveitava o máximo, e não tinha a malícia que tem hoje, além do que ter seis irmãos não te permite sentir saudades de muitas coisas.

Hoje eu sinto saudade de tudo isso, mas de boa forma, nostálgica. Sinto falta ainda dos meus namoricos que hoje são realmente amores, dos meus amigos que se mudaram e alguns que se perderam, de amigos até mesmo de internet que somem de vez em quando, assim como eu faço com eles deixando-os preocupados. Sinto falta da saúde da minha vó, quando ela não tinha Alzheimer e fazia mingau de trigo, pipoca... Saudade de quando ela lembrava de nós... É triste dizer isso mas quanto ao meu pai sinto que me acostumei com a falta dele, foram muitos dias dos pais fazendo trabalhos pra entregar pra mamãe, não que eu não reconheça a importância dele mas... Ainda acho graça quando ele me chama de coração e me trata como da última vez que ele me viu, foi há 6 anos e apesar de eu ter 12 ele ainda me fazia sentar em seu colo como a caçula das meninas. É engraçado lembrar, mas me sinto meio fria, pois sinto mais falta de outras coisas como a reunião de primos que a gente fazia no tapete da sala pra jogar video game e bagunçar com tudo.

Se saudade é uma palavra que só existe na língua portuguesa eu não sei, só sei que isso não tira o direito das outras línguas de sentirem o mesmo e se expressarem de outra forma, ou de uma mesma forma, a mais bela de todas, a linguagem universal do coração.

Procuramos qualidades que nos fazem amar certas pessoas, em outras pessoas totalmente comuns, sem notar que o incomum é o que nos fascina e caímos no ciclo de quanto maior a procura mais saudade se sente.



Saudades...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Bersek


A tradução para a palavra Berserk, segundo o Erick, quer dizer "capa de urso", de "bera" (bear) urso e "serkr" capa, assim como pode ser o nome de um mangá ou de um modo de luta em RPGs sou em inglês guerreiro nórdico que luta fervorosamente. Sinto que nesses últimos dias preciso de uma capa dessas. É como amigos meus dizem quando não querem sair de seus quartos para mais um dia no mundo afora. Querem se deitar e se cobrir com seus lençóis e ficar numa posição fetal, como lembrança da proteção na barriga da mãe, e no caso das pessoas mais sortudas, podem contar com seus parceiros nesses dias ruins que lhe abraçam reconfortantemente em forma de concha, ou de qualquer outra forma aconchegante.

Deitar e se aprisionar dentro de casa é uma visão covarde pra mim. Por isso o meu desejo pela capa. Nela eu poderia sair a qualquer lugar sem me ferir, em dias de sol ou de chuva nada me afetaria. Mas penso, quem estou querendo enganar? O ser humano não é assim. Ele gosta de sentir o gostinho da "vida", gosta de sentir o sangue ferver com a adrenalina, gosta de se machucar às vezes num ciclo quase interminável na esperança de aprender algo ou de que as circunstâncias mudem e não se precise mais mudar por elas.

Talvez eu não queira mesmo a capa. Talvez queira só por um momento. Talvez eu precise mais é de coragem, de fazer o que realmente tenho vontade, de sair correndo num dia de chuva ou num campo de gritar sem ser necessariamente ouvida. De chorar de novo. De voltar ao velho Romantismo, do amor, não diria idiota, mas inocente, que foi tirado por quem amávamos e que são as mesmas pessoas que nos criticam chamando nosso aprendizado forçado de frieza. O tempo passa e as frustrações nos tornam pessoas frias o que faz nosso corpo gélido congelar as lágrimas que pensam em sair.

domingo, 10 de maio de 2009

How Much?


Vivemos numa época em que o Capitalismo impera sobre nossas vidas, na qual o dinheiro ou a ganância seriam a seleção natural. Somos treinados a passar numa avaliação que decidirá a faculdade que entraremos e assim todo nosso futuro, e os mais aptos estão nas classes que podem pagar por um ensino de qualidade que o nosso país não fornece, e acabam por dominar as vagas dos cursos mais concorridos assim como das melhores faculdades. Casos raros de perseverança e vitória como nos contos de fada aparecem, mas ainda assim a diferença de classes se torna evidente entre os grupos de amigos de uma sala de aula.

E nesse corre-corre do dia-a-dia, metrôs, carros, ônibus, buzinas, Hora do Rush... trabalhos, provas, relatórios, esquecemos relamente o que é Viver. Passamos 9o% da vida pensando no futuro, seja ele o amanhã ou a hora seguinte. Não comemos, não saboreamos o sabor de uma sobremesa, engolimos algo que nem sequer lembramos no dia seguinte. Esquecemos de agradecer e estar feliz pelas coisas que temos, e pensamos no que mais podemos ter como num consumismo interminável regido pelo imperativo do Compre, Beba, Vista, Seja... Ao deitar será que lembramos dos momentos divertidos do dia, se é que houveram, ou pensamos nos tempos de aula de amanhã? "We are the robots..."

Não quero ser nem parecer hipócrita. Não vou gritar Viva ao Comunismo. Não vou dizer que dinheiro não traz felicidade ou manda buscar. Só quero saber... Quanto Custa?

Quanto custa ouvir a voz de quem a gente ama no telefone, do outro lado do mundo, depois de uma catástrofe dizendo "Estou bem."? Quanto custa um sorriso de Bom dia, um abraço apertado, um beijo roubado? Qaunto custa uma partida de video game, uma conversa de putaria no msn, uma coca-cola e o pôr-do-sol com os amigos na beira do Madeira?

O tempo não volta, muito menos pára pra que você diga Eu te Amo, e aproveite as boas coisas da vida. Simplismente Viva! Não espere para ver o preço da palavra não dita, do beijo não roubado, do grito reprimido, do abraço que ficou não saiu da mente, do sorriso não retribuído, da chuva que passou...

É.. O Radicalismo, como sede de vida, ainda é a única característica que eu invejo nos românticos que entregam sua alma pelo puro e simples Amor.

Dedicado ao Canis lupus signatus pelo amasso, ops abraço e beijo que não posso estar dando hoje =3 =***