domingo, 3 de abril de 2011

Afonso

Um menino, um homem, um velho, depende da hora do dia.
Acorda com a luz forte sobre os olhos se perguntando se tem mesmo que levantar e viver este incansável teatro sem musa, sem bailarina que aceite sua poesia e a divisão do palco. Se pergunta se sua métrica está errada, se pergunta se só ele consegue sentir a melodia do que escreve, se pergunta se um dia irá parar de ser o coadjuvante de outros palcos.
Levanta-se, parece um Dom Quixote. Algo o move, ninguém sabe o quê, parece ser a esperança dos cansados, a paixão dos românticos, o desvario dos bêbados.
Está vivo. Anda sem rumo, não tem pra onde voltar, mas sabe aonde quer ir. Sorri e por compartilhar tal feito com os outros é o que o torna tão Afense, que pra mim deriva de afeto.

10/07/2010

Um beijo de sua flor nipônica preferida. =*