sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Close my eyes

Nasci sozinha. Enfrentei barreiras sozinha..
O Ser humano nasce só na sua natureza fria e crua, nem sempre cheio do amor de sua família, mas fazendo amigos ao longo de sua vida. Não sei bem o que é ser amigo. A maior parte da minha vida tive uma visão egoísta de que eles deviam estar lá pra tudo. Hoje eu me contento em poder contar quase todo o meu dia pra alguns amigos de internet.

Hoje foi um dia muito frio. Gosto de dias frios. Adorei ver a água da chuva antes da minha apresentação. Pra mim a chuva sempre foi uma paisagem melancólica e hipnotizante. Gosto do frio pra relatar a solidão, é um sentimento entorpercedor.

Um lago, a solidão, as farpas entrando em suas entranhas, você afundando lentamente, sem lutar somente os olhos fechados e deixando que o inverno se aposse de você.

As músicas que estou ouvindo me lembram europeus bêbados na chuva, andando naquelas ruas de pedra, cantando canções velhas sobre amores perdidos. São gostosas de ouvir mas eu não tenho a animação pra cantar uma última canção aos falsos amigos e aos amigos ausentes.

Hoje eu só quero fechar os olhos e esperar o frio chegar. Não vou torcer pra sobreviver, pra passar logo ou pra ser intenso, quero apenar fechar meus olhos.

domingo, 6 de setembro de 2009

O Primeiro


Tudo tem um tempo na vida.
E hoje é o tempo de relatar meu primeiro torpor.

Aconteceu quando eu tinha 16 anos.
Numa noite 3 dias depois do meu aniversário pra ser mais exata.
Eu completava 1 ano e sete meses de namoro.
No começo eu não o amava, admito. Tinha um grande carinho por ele e achava que por já ter me apaixonado por ele, mais uma vez as coisas dariam certo.
Ele me conquistou. Morávamos muito longe um do outro, e como todo grande amor tivemos uma grande dificuldade, mas fazíamos juras de amor prometendo a eternidade. Sonhávamos com nosso futuro planejávamos os nomes de nossos filhos e como seria nossa rotina nossas férias.
Ele não pôde ir no meu aniversário de 15 anos, pois foi por um bom tempo um amor proibido, pelo qual lutaríamos dando nossa vida.
Em 2006 ele estava no terceiro ano. Correria de vestibular e tudo mais só piorou as coisas entre nós e a distância... apesar de todos já saberem que namorávamos. Ele se sentia culpado e eu sempre cogitava a possibilidade de terminarmos logo com o sofrimento um do outro, mas ele era forte...

Até vir a gota que faltava pra brasa apagar.

Ele não pôde vir no meu aniversário de 16 anos. Minha mãe o convidou e meu melhor amigo se voluntariou pra trazê-lo e levá-lo pra casa. Mas ele tinha prova no dia seguinte e não veio. Meu amigo ligou avisando que ele não ia. Meu ex ligou, disse o motivo pelo qual não viria e me deu parabéns sem dizer que me amava e sem desculpa. Fui fria e agradeci. Mas desabei em chorar depois de desligar. Eu ia apresentá-lo pra minha irmã que havia chegado do Japão aquilo era importante demais pra mim.
3 dias depois veio uma mensagem no celular dizendo que precisava conversar comigo. Dizendo que talvez não fosse mesmo pra dar certo. Ele me ligou em seguida, conversamos e nós terminamos porque ele não tinha tempo pra mim e não queria me fazer sofrer, foi o que ele disse depois. No meio da conversa eu chorei desesperadamente e implorei pra que ele não fizesse aquilo, sou capaz de ouvir minha voz se esvaindo dizendo:" Por favor... Por Favor não faz isso... volta pra mim..."

Minha mãe ficou desesperada, não sabia o que fazer, tentou falar com ele mas ele se recusou a responder o que ela perguntava.

Eu disse a ela que tudo havia acabado.

Entrei em meu quarto e cai no chão.
Minhas lágrimas escorriam lentamente e eu gemia baixo.

Foi com certeza como a morte.
Mas não a morte rápida de um tiro.

Foi a morte de um judeu.
Que entrou numa câmara de gás, iludido com a idéia do banho. Você deve saber, o gás começava por baixo de modo que os velhos e as crianças morriam mais depressa, e as outras pessoas subiam em seus corpos sem se dar conta de serem seus parentes.

No fim restava apenas corpos amontoados e arranhados devido a luta pela vida.

No fim era apenas um corpo em torpor no chão gelado de um quarto distante.

sábado, 5 de setembro de 2009

A curiosidade é a dúvida, e esta traz o medo

Margaridas me lembram aquela brincadeira do mal me quer e bem me quer.
E eu sempre quis muita coisa em relação aos homens.
Quis entender como a mente deles funcionava. Quis saber o que pensavam sobre mim, e porque tinham algumas atitudes.
Aprendi algumas coisas. Aprendi que choravam e tinham sentimentos, o que alguns são capazes de fazer por Amor.
Mas eu ainda não entendi o porque de pararem de falar comigo do nada. Se estão bravos ou se querem se sentir valorizados querendo que corra atrás. Fico muito confusa.
É como pedirem que eu ande sobre o gelo sem olhá-lo.
A maioria dos homens ao ler isso pensará que nós mulheres somos tão complicadas quanto vocês e já mentalizando todos os momentos em que se sentiram confusos.
Não estou questionando isso.
Sei bem que o ser humano é complexo por si só. Talvez o meu problema seja só o fato de ser sincera demais e ficar esperando que as pessoas também sejam.
Tenho muitos amigos homens e sei responder melhor suas dúvidas em relaçãos à como suas amigas e namoradas agem do que eles responderem às minhas. Na maioria das vezes só sabem dar os conselhos cansativos de sempre ou xingar a pessoa a qual me refiro. Sinceramente? Isso me cansa.
Mas a minha curiosidade é inevitável e o que eu não me compreendo tem efeito sobre mim. Sempre fui curiosa e estudiosa por querer saber como funcionavam as coisas e o mundo todo. E quando me deparo com um homem que não sei decifrar isso me encanta e me indigna.

Imagine que você está no meio de um lago congelado onde o gelo é mais fino. Há uma porção de peixinhos coloridos e você se deslumbra. Até te faz esquecer que o gelo pode estar rachando lentamente sob seus pés. E quando os peixinhos somem e você se dá conta de estar ali no meio sem ninguém, apesar de todos os bons conselhos que você logicamente não ouviu, você sente medo. Um medo paralisante que te faz pensar que até o pulsar forte de seu coração pode provocar algo no gelo. Mas a vontade de ver os peixes é incontrolável e você não sabe se foi certo ter estado ali e aproveitado aquilo, se ainda sobreviverá pra ver novamente os peixes, ou se aquele é o fim.

É o que sinto.