Tudo tem um tempo na vida.
E hoje é o tempo de relatar meu primeiro torpor.
Aconteceu quando eu tinha 16 anos.
Numa noite 3 dias depois do meu aniversário pra ser mais exata.
Eu completava 1 ano e sete meses de namoro.
No começo eu não o amava, admito. Tinha um grande carinho por ele e achava que por já ter me apaixonado por ele, mais uma vez as coisas dariam certo.
Ele me conquistou. Morávamos muito longe um do outro, e como todo grande amor tivemos uma grande dificuldade, mas fazíamos juras de amor prometendo a eternidade. Sonhávamos com nosso futuro planejávamos os nomes de nossos filhos e como seria nossa rotina nossas férias.
Ele não pôde ir no meu aniversário de 15 anos, pois foi por um bom tempo um amor proibido, pelo qual lutaríamos dando nossa vida.
Em 2006 ele estava no terceiro ano. Correria de vestibular e tudo mais só piorou as coisas entre nós e a distância... apesar de todos já saberem que namorávamos. Ele se sentia culpado e eu sempre cogitava a possibilidade de terminarmos logo com o sofrimento um do outro, mas ele era forte...
Até vir a gota que faltava pra brasa apagar.
Ele não pôde vir no meu aniversário de 16 anos. Minha mãe o convidou e meu melhor amigo se voluntariou pra trazê-lo e levá-lo pra casa. Mas ele tinha prova no dia seguinte e não veio. Meu amigo ligou avisando que ele não ia. Meu ex ligou, disse o motivo pelo qual não viria e me deu parabéns sem dizer que me amava e sem desculpa. Fui fria e agradeci. Mas desabei em chorar depois de desligar. Eu ia apresentá-lo pra minha irmã que havia chegado do Japão aquilo era importante demais pra mim.
3 dias depois veio uma mensagem no celular dizendo que precisava conversar comigo. Dizendo que talvez não fosse mesmo pra dar certo. Ele me ligou em seguida, conversamos e nós terminamos porque ele não tinha tempo pra mim e não queria me fazer sofrer, foi o que ele disse depois. No meio da conversa eu chorei desesperadamente e implorei pra que ele não fizesse aquilo, sou capaz de ouvir minha voz se esvaindo dizendo:" Por favor... Por Favor não faz isso... volta pra mim..."
Minha mãe ficou desesperada, não sabia o que fazer, tentou falar com ele mas ele se recusou a responder o que ela perguntava.
Eu disse a ela que tudo havia acabado.
Entrei em meu quarto e cai no chão.
Minhas lágrimas escorriam lentamente e eu gemia baixo.
Foi com certeza como a morte.
Mas não a morte rápida de um tiro.
Foi a morte de um judeu.
Que entrou numa câmara de gás, iludido com a idéia do banho. Você deve saber, o gás começava por baixo de modo que os velhos e as crianças morriam mais depressa, e as outras pessoas subiam em seus corpos sem se dar conta de serem seus parentes.
No fim restava apenas corpos amontoados e arranhados devido a luta pela vida.
No fim era apenas um corpo em torpor no chão gelado de um quarto distante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário