quarta-feira, 22 de julho de 2009

Tanto faz

Numa noite antes de ir dormir passei em frente à TV e passava um entrevista do Jô com o Dráuzio Varella e como fazia tempos que eu não parava em frente à ela, mesmo com muito sono, resolvi parar pra ver sobre o que ele dizia. Acostumada a ver reportagens dele somente sobre doenças, gravidez e saúde em geral me assustei quando ouvi o que ele disse, "Quando a gente realmente percebe o quanto a vida é única aprendemos a dar mais valor em nossas escolhas." Fiquei pensando, um homem com a saúde lida sempre com a morte ali do lado e deve observar o comportamento da pessoas que mudam ao tomar essa consciência. Não
vi mais o resto da reportagem e mergulhei mais uma vez nos meus turbilhões de devaneios.
Fiquei feliz por mim, por fazer tantas escolhas estranhas e arriscadas, que os outros rotulariam, como preferir ficar na int
ernet conversando com
amigos do que ir beber no aniversário do vizinho (até porque o álcool é uma diversão sem sentido pra mim).
Fiquei feliz por ter visto de apesar de eu responder muitos tantos faz não é que eu não quisesse escolher, era que as duas coisas me fariam bem. Me senti privilegiada de ter visto que minha mãe sempre nos deu total liberdade da escolha pra muitas coisas, que não há nada de errado em preferir desenhar e ler, não há nada de errado em ser feliz com coisas simples como o simples frescor do vento ao
colocar a cabeça perto da janela
do carro.
Se você pensar também não é que as coisas sejam tão simples assim. Certas coisas nos lembram um certo alguém tenha ele nos feito bem ou mal. Gostamos de lembrar coisas boas, ser saudosista com o passado, com a infância então... Gostamos da dor antiga, aquela que nos ensinou algo, é como uma cicatriz que você às vezes está cansado de contar a história, ou que você conta com o orgulho da superação editando as melhores partes.
Não digo também que meu devaneio foi todo de felicidades. Fiquei triste pelas pessoas que respondem tanto faz pelo fato
de não ver ânimo em nada. Imaginei o que as faria perder tanto tempo se lamentando do cansaço da vida, ao invés de simplesmente escolher o que lhe agrada. Medo de se sentir estranho? Perder amigos?
Mudar de amigos não é ruim quando você se sente mais à vontade pra ser você mesmo, as pessoas
são egoístas admita e amigos e namorados servem pra compartilhar e não impor gostos ou mudanças. Além do mais a maioria das pessoas que nos acompanham cansarão no caminho, irão à
outros rumos levando um pedacinho de nós e se deixarmos que o nós esteja todo nas pessoas que vão embora na busca de seus próprios interesses, só nos resta ser uma
alma vazia. Perde-se sua essência e suas lembranças, é como a morte deixasse só um pingo de alma no resto do corpo que paira sem rumo, sem anseios...

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