No começo você era meio semiótica.
Após algumas observações você se tornou uma obra peculiar, como os girassóis de Van Gogh.
Com as catarses foi tornando-se química. Os meus neurônios sentindo boas sensações por sinapses químicas, que meu encéfalo desejava ser intermináveis utilizando-se da minha memória nas noites, para que tal êxtase se repetisse.
Sem a física você passou a ser fisiologia. Meu coração palpitava só de te ver, antes disso era acometida de crises de ansiedade. Era uma alegria de um nervoso incontrolável. Com certas lembranças podia sentir até mesmo meu rosto se ruborizar, ou um sorriso sem graça se formar, além dos suspiros que vivia a soltar.
Consegui que me visse como fisiologia e química também com um desejo físico quase incontrolável.
Meu vício aumentou. Eram dias seguidos, esforços imensos para provar dessas doses, não necessariamente em doses maiores, mas em doses homeopáticas para toda a vida.
Mas foi aí que você encontrou uma nova droga.
E eu me tornei insanidade. Meu nervosismo agora é constante intercalado por períodos de frieza. Tenho surtos de ansiedade e tornados de pensamentos. Uma crise de abstinência absurda, com desejos paradoxais devido a um conflito da existência do outro em mim. Milhares de perguntas sobre meus sentidos, não consigo confiar em minha própria memória, se os meus olhos realmente tinham visto aquele belo oásis se é que aquilo era mesmo um Oásis. Me iludi sozinha? Ouvi mesmo só o que queria? O que há de errado, está errado em mim ou no outro? Adianta saber?
E como uma flecha inesperada atingindo o coração eu parei.. Caí em descrença total, como uma louca em um canto de uma sala branca com minha camisa de força e meu olhar vazio. Em pane com tantas perguntas que jamais seriam respondidas eu travei.E quem haveria de registrar em papel cada palavra de amor dita numa madrugada? E quem haveria de pensar que um dia se precisaria de provas. Provas de quê, que crime é esse que me leva a alegria numa aparência de torpor perpétuo? Gelei. E como em todo torpor meu corpo caiu. Obrigada a me abraçar por causa da minha camisa de força enquanto perguntas, agora menos frequentes, me faziam ter por parte ódio dele. No fim era só um corpo branco, de olhar vazio que lacrimejava com lapsos de boas memórias, e de uma mente que estava perdida em qualquer lugar. Um quadro mais que insano
Humano, insano, suave...
ResponderExcluirquantos adjetivos eu já usei pra tentar definir esse poema, ein?
mas tá difícil, até pq é quase impossível de se definir sentimentos, né?
muito bom o texto aline
gostei mesmo
:*