quinta-feira, 10 de março de 2011

19 de dezembro


Tenho a horrível sensação de que não vai adiantar comprar quadros e flores novas, nem pintar as paredes. Que eu nunca ganhei e nem vou ganhar uma rosa de verdade com um bilhete de amor sincero. Que tudo que eu ouvi de todos os homens longe ou perto, olhando nos olhos ou desviando qualquer sentimento vazado pela retina foram apenas belas mentiras, ou palavras vazias. De que cada dia vai ficar mais difícil acordar e encarar o sol lindamente brilhante lá fora. Que a sensação do eterno vazio de não ter pra quem voltar vai me consumir, e eu jogarei os sonhos do meu jardim, minha casa de madeira e vidro, meu quadro de Monet, meu Van Gogh, minha sala de almofadas, meu mensageiro do ventos, meu cachorro.... Que essa mão que eu mesma me dou jamais será o suficiente. E que esse vazio entre meus braços vai ser sempre maior do que eu puder usar de consolo. E que essa eterna e cruel companheira que se chama saudade jamais me abandonará pois se achava que tinha perdido muito pra ela é sempre pouco demais.

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